Séries britânicas. Elas sempre existiram, provavelmente nunca passaram aqui, talvez no extinto (?) canal People&Arts mas nos últimos anos o nível dos seriados produzidos na Inglaterra tem sido cada vez mais alto. Muitos dizem que o fato de que cada temporada tem entre média 6 episódios (Doctor Who normalmente tem 13, mas o Doutor pode) faz com que cada momento conte na trama, sem os episódios de encher lingüiça que o formato americano de 23 episódios tanto curte. Eu concordo, mas eles chegam a ser tão bons que tenho dó de mim mesma quando meus 6 episódios acabam e eu tenho que baixar Vampire Diaries porque já vi todas as outras séries boas (mentira, eu baixo porque gosto mesmo). São muitos os seriados bons mas separei meu top 3:
Misfits
“Misfits segue 6 excluídos da sociedade que são obrigados a fazer serviço comunitário e são atingidos por uma estranha tempestade de raios e adquirem poderes especiais.”
Essa foi quase que a tradução literal do site oficial do seriado e a primeira vez que li não achei nada demais. Pra variar, estava errada. Misfits não só procura retratar problemas de jovens da sociedade média baixa (odeio esses termos) na Inglaterra como drogas, sexo, exclusão social, relacionamentos com os pais e uns com os outros como esses também ficam em segundo plano para a ação e comédia incríveis que todo episódio possui. Os 6 atores tem excelente química e lidam com seus poderes (ou falta deles) de jeitos realistas. Cada episódio meio que se concentra em um personagem, mas nada oficial, o episódio não tem o nome do personagem nem nada assim (oi, Skins ? é… você já deu) e alguns poderes podem parecer inúteis a primeira vista, mas todos tem um motivo. Acho que já recomendei esse seriado para todo mundo que conheço, não descarte o fato de que criei esse blog só para que possa convencer mais gente a assistir.
The IT Crowd
Alguns meses atrás comentei com um amigo o quanto eu gostava de The Big bang Theory. Ele me falou, com certo ódio no coração “Aaaaarrgghhh, esse seriado que todo mundo acha que representa tão bem os nerds, é porque ninguém conhece The IT Crowd. Isso sim é seriado genial e engraçado.” (Parafraseei)
Confiei nele mas só baixei depois que vi essa imagem no tumblr:
The IT Crowd se concentra em 3 personagens principais que trabalham no suporte técnico de uma empresa fictícia chamada Reynholm Industries. Jen, a chefe de departamento que não entende nada de computadores e é jogada no suporte técnico por um chefe louco. Roy é um irlandês que sempre usa camisetas com desenhos e frases relacionadas ao mundo ‘geek’ e gostaria mas normalmente não tem sorte com as mulheres e Moss é o gênio socialmente inapto (se for para comparar, Moss seria o equivalente ao Sheldon e Ray, Leonard. Mas essa é uma comparação tosca já que cada série tem seu mérito próprio).
Cada episódio é composto de 20 minutos de perfeição cômica, os três principais são incríveis mas os coadjuvantes são um show a parte (fudeu, virei minha mãe em nível gramatical) – Noel Fielding, comediante que faz outra série britânica chamada The Mighty Boosh que eu não gostei muito, interpreta Richmond, um gótico fã de Craddle of Filth banido para o suporte técnico depois de ter aparecido com maquiagem gótica no velório do pai do chefe da empresa e Matt Berry que aparece no final da segunda temporada como Douglas, o filho do chefe que havia desaparecido alguns anos antes depois de sofrer vários processos de abuso sexual na empresa.
The Inbetweeners
4 amigos que se encontram onde a maioria dos adolescentes pode admitir se encaixar: no meio de tudo. Nem um pouco populares mas não são exatamente os nerds estranhos da turma, Will, o garoto novo na escola que encontra amigos relutantes mas dispostos nos outros 3; Simon, eterno romântico desajeitado apaixonado por sua amiga de infância; Jay, o tarado sem papas na língua e Neil, o bobo desavisado vivem situações relativamente comuns mas lidam com elas sem de maneiras muito engraçadas. Outro caso de atores mais maduros interpretando adolescentes mas aqui isso ajuda, principalmente no humor mais adulto de Will e Simon e nas bobagens juvenis de Jay e Neil, 4 personagens totalmente diferentes e criados com profundidade o suficiente para que todas as piadas façam sentido, principalmente porque normalmente estamos rindo deles, nunca com eles.
Espero que esse seja o maior post que eu faça nesse blog. Pelo seu próprio bem.